MOBILIZAÇÃO NACIONAL - FLE NO ENEM 2011
29/05/2011 14:46
Aos presidentes das APFs do Brasil, demais colegas e parceiros da FBPF Caríssimos colegas presidentes das APFs, colegas professores de francês de todo o Brasil, amigos do FLE e parceiros-amigos da Federação. Foi com pesar que realizamos a exclusão do francês no ENEM 2011 (de novo !) apesar do compromisso firmado pelo INEP/MEC para a inclusão desta língua em 2011. Lamentamos infomar que tentamos e insistimos sobre este aspecto mas é sempre complicado receber respostas às nossas mensagens da parte do INEP/MEC. Lembram que em 2010 só fomos ouvidos e recebidos após o envio de um dossiê nosso à Presidência da República que o encaminhou ao MEC (apesar de termos enviado o dossiê a este Ministério) ? Como lhes informamos, o INEP/MEC tinha garantido a inclusão do francês para este ano mas não tomou as providências cabíveis para tal, apesar do que nos escreveram as Senhoras Camila Akemi Karino e Fernanda de Souza Monteiro (cf.ofício DAEB/INEP/MEC n° 003541 de 06/08/2010 na página web da FBPF) :“providências estão sendo tomadas para que na próxima Chamada Pública referente aos exames do Ensino Médio, professores de língua francesa sejam convocados, a fim de darmos início a constituição de um banco de itens para avaliação do francês” (recebido em 12/08/10, ‘negritado’ por mim). Queremos lhes dizer que estamos agindo e que continuaremos a nossa luta apesar das inscrições para o ENEM 2011 terem iniciado esta semana. Dentro deste objetivo, enviamos seis dossiês a autoridades competentes, seis telegramas(em datas diferentes)e já entramos em contato com uma advogada para dar início a um processo contra o MEC (cf. correspondêncais enviadas anexo). Esperamos contar com o apoio de vocês todos no sentido de fazermos respeitar o espaço não apenas do francês mas também das demais línguas estrangeiras excluidas no ENEM. Este fato é inconstitucional, fere os princípios básicos da Constituição, desrespeita a LDB, as OCNs e os PCNs além de ignorar as diversidades locais e reginais do Brasil. Lembramos ainda que em alocução transmitida pela televisão brasileira, no mês de março, se não me engano,, a respeito das metas para os primeiros meses do seu governo, a Presidente Dilma Rousseff enfocou o respeito às diversidade linguísticas e culturais do Brasil, e a meu ver, isto não quer dizer apenas respeito aos diferentes falares brasileiros mas também às presenças linguístico-culturais dos imigrantes, pioneiros brasileiros ... Várias línguas povoam o nosso território, sua presença plural tendo contribuido para o nosso falar português no Brasil, marcas ainda presentes pelos seus descendentes e falantes aprendentes em todo o território nacional. Ignorar estas línguas e a opção de muitos pela língua estrangeira a estudar e a aprender, dentro do respeito à LDB (1996), seria ferir o princípio básico de cidadania, a Constituição e os Direitos Humanos... Falemos também, rapidamente, dos princípios básicos da avaliação. Que eu saiba, só se pode avaliar um conteúdo ministrado. Deve-se também levar em conta nesta avaliação, metodologia adotada, as diferenças que existem nos vários contextos regionais e locais... Mas, tendo em vista que o ENEM é um exame elaborado para ser aplicado em todo o território nacional, vamos ‘deixar de lado’ o possível desconhecimento das diferenças institucionais, das diferenças de opções de ensinos, dos processos de ensino-aprendizagem, e outros aspectos fundamentais... Focalizemos nossas energias num fato surpreendente: como jovens que optaram por uma língua estrangeira (LE) diferente do inglês e do espanhol podem ser avaliados em ítens (adotando a terminologia do INEP/MEC, equivalento a questões) em outra LE????? Apesar de não ser especialista em avaliação, percebo um erro (falha) grave de avaliação! Não podemos permitir que esta aberração continue! Ainda dentro da nossa estupefação, sabemos que o ENEM vai se transformar no termômetro que avaliará e determinará o ensino no país; E aí vem um outro aspecto: vamos permitir que as demais LE não contempladas no ENEM,pelo INEP/MEC (decisão unilateral e abritária), desapareçam do ensino fundamental e médio? Vamos nos contentar com um fechamento linguístico-cultural referente à LE em um momento em que o mundo prima pelo plurilinguismo? Faço-lhes estas perguntas conhecendo a resposta: não, não vamos aceitar este fato drástico! Tenho recebido mensagens de todos os estados e sabemos que vocês estão nesta luta! Mobilizem-se pois! Enviem mensagens aos jornalistas, aos associados, aos alunos, aos parceiros e aos intelectuais de cada estado e cidade... vamos nos mobilizar para uma ação coletiva a nível local, estadual e nacional! Conto com vocês! Por todas estas razões, enquanto professora e educadora consciente do meu papel na sociedade acadêmica e no seio da comunidade brasileira, enquanto representante da comunidade FLE no Brasil, não medirei esforços para fazer presente o FRANCÊS no ENEM, exame que avalia o ensino-aprendizagem no país mas que, também, permite a inserção de muitos jovens na Universidade brasileira, sendo neste sentido um vetor de transformação social e econômica. Sei que tenho o apoio de todos. Saibam-se escutados e compreendidos, vocês que lutam não apenas pela presenaç desta língua no ENEM mas pela construção permanente da reflexão crítica, do posicionamento individual e coletivo, pelo direito de ser e de se colocar no planeta. Sabemos que a abertura linguistístico-cultural passa pela descoberta do outro, da sua língua-cultura e que, descobrindo esse outro, torna-se possível descobrir-se enquanto identidade individual e nacional. A luta continua! Não podemso baixar a cabeça nem desistrimos! Contem comigo, conosco! Abraços solidários federatios. Atenciosamente, Rosalina Maria Sales Chianca Presidente da Federação Brasileira de Professores de Francês FBPF
Baixe os documentos que foram encaminhados pela FBPF ao MEC, INEP, à presidente Dilma Roussef, e afins.
Ao MEC.pdf (43,8 kB)
carta presidente INEP.pdf (46,5 kB)
carta++Dilma Rousseff.pdf (68,5 kB)
carta_ao_INEP2_2011.pdf (43,7 kB)
carta_ao_ministro_2011_bis.pdf (61,1 kB)
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